domingo, 21 de novembro de 2010

e eu estava,

piedosamente sentada na calçada do cinema.você estava atrasado, e nem me ligou pra avisar. enquanto eu olhava os casais de mãos dadas, imaginava nós dois naquela linda cena.e os invejava.imaginava nós dois sentados num banquinho qualquer, falando bobeiras ao léu, e rindo, como se não tivesse mais nada pra fazer.
estava frio, e então eu percebi que quase 40 minutos haviam se passado e eu estava na chuva, contemplando as senhoras passarem na minha frente, segurando os seus lindos guarda-chuvas rendados. minha saia de cintura alta preta estava encharcada, juntamente com a minha blusa branca, que estava agora transparente, deixando à mostra o meu sutiã rendado cor-da-pele. lembrei  de você, e de como eu estava furiosa por não ter-lo aqui, com seu louco ciume. sentia agora, falta do teu abraço. do seu calor. e me lembrava de quando voce estava do meu lado, e me dava o seu casaco para impedir que os outros vissem que minha blusa estava totalmente transparente.
 meu cabelo, molhado agora se movimentava fortemente sobre meus ombros, como o vento, que deixava as velhas senhoras sem seus delicados guarda-chuvas.
 enquanto os casais saiam da pequena sala, eu me perguntava por  que você não teria vindo. seria possivel voce não gostar mais de mim? 
minha mente voava, até que, de relance, vi sua imagem correndo em minha direção. não sei ao certo se foi a chuva ou se era voce chorando, mas a tristeza estava nitidamente no seu rosto.
com o cavalheirismo de sempre, levantou-me da calçada,  tirou seu casaco, e me ajudou a vesti-lo. perguntou por que eu estava na chuva, e chorando, pediu desculpas. disse que seu pai havia batido com o carro, levando-o ao cinema, e que estava no hospital gravemente ferido, mas que precisava falar urgentemente comigo, e sabia que eu estaria aqui, esperando-o. neste momento, percebi um profundo corte em seu rosto, e uma fina linha vermelha suas lindas bochechas coradas. chorei em seu ombro. pedi infinitas desculpas, e o beijei. neste momento, ele se ajoelha, tira uma pequena caixinha de veludo do bolso da calça e pede minha mão. de todos os momentos da minha vida, o mais belo foi este. depois de tudo o que eu disse e pensei, ele só queria ficar comigo. e naquela linda chuva de inverno, meu dedo agora estava enfeitado com um lindo anel de ouro branco, cravejado com diamantes. e a minha vida se fez completa. num instante, minha vida mudou. fomos ao hospital. minha bluda branca, minha saia de cintura-alta, meu sutiã de renda cor-da-pele, e seu casaco me vestiam a noite mais bonita de minha vida, enquanto, lá fora, chuva e vendo batalhavam, numa luta sem fim, que destrói delicados guarda-chuvas de inocentes senhoras.


Isabela ( + Mari, prima querida que me ajudou a fazer um poema que me inspirou neste post ;D)

 >> I S2 U! <<

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